sexta-feira, 20 de março de 2009

Nublado

Hoje uma nuvem escondeu o sol que iluminava meu eu...


Deparei-me com a dura realidade de que terei que voltar, o meu lar de outrora ja me parece um recante de férias, e esse meu desconforto divido, ja me é tão mais aconchegante que qualquer "torre dourada"...


E retorno com o quê? Não colecionei amores, nem tampouco desilusões... Não tive uma revelação, nem encontrei o sucesso profissinal e muito menos o acadêmico. Não me encontrei, mas também não encontrei a perdição. Não cortei os cordões, mas descobri que as raizes estão la. Ganhei alguns livro, vi alguns gênios, descobri algumas verdades - ou decifrei mentiras(?). Não me metamorfosei na borboleta que todos prediziam. Continuo a mesma menina de sempre, cabeça nas nuves, coração na mão, pés descalços na terra molhada e uma alma cheia de melancolias, que surgem não se sabe de onde e nem para onde vão. Não descobri se o mais importante é saber de onde vem o vento ou para onde ele vai (para citar o meu gênio Arrabal), de repente seja apenas sentir a brisa, e parar de se perguntar... Senti a brisa, mas não consegui parar de me perguntar...


Apenas vivi momentos, efêmeros como a vida, conheci gentes - que talvez fiquem na alma, ou sumam com a proxima neve. Vi paisagens, cidades em tons pastéis, pessoas almodovarianas, rios poluidos. Vi que as folhas caem no outono para que as flores brotem na primavera; descobri que se o sol some é para que o amemos cada vez que ele ouse aparecer. Senti medo e alegria, me senti sozinha estando acompanhada e completa estando sozinha. Descobri que tenho muito a descobrir, e que não sei respoder às perguntas fundamentais que insistem em me fazer todo o dia. Não sei que teatro eu quero, que faculdade eu quero, que mundo eu quero e que amor eu quero... Tento descobrir que "eu" eu quero, se isso se passar todas as perguntas esmaecerão e a vida perdera o sentido. Não sei se sou Apolinea ou Dionisiaca, se sou ar ou se sou terra, se vou ou se fico...


Talvez esteja lendo muito Nietzsche ou ouvindo Caetando demais...






E eu menos estrangeiro no lugar que no momento

sigo sozinho caminhando contra o vento



e vem uma voz e me diz bem baixo no canto interno do meu ouvido: calma... ainda ha tempo...


de repente até la eu me metamorfoseio...

2 comentários:

  1. oui!!
    ainda há tempo.
    e se perguntar é sempre bom.
    talvez toda a experiencia tenha servido justamente para encontrar a raiz e descobri q, simplesmente "cogito ergo sum" rsrs
    assim é a vida.
    Embora na maioria das vezes prefiramos pensar que vamos encontrar as mais belas respostas facilmente (especialmente, pensamos q elas estão an grama do vizinho, tão mais verde) rsrsrs

    bisous, Celle.

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  2. Ouvindo Caetano demais! hehe

    mas te entendo

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