quarta-feira, 29 de julho de 2009

percepcoes

"O meu mundo era apartamento, detefom, almofada e trato...
Me diziam todo momento fique em casa nao tome vento,
mas é duro ficar na tua
quando a luz da lua
tantos gatos pela rua
toda noite vao cantando assim:
nos gatos ja nascemos pobres, porem ja nascemos livres..."


Cheguei nessa terra assustada e ansiosa, cheia de medos e crises sem fim, fugindo de carmas e fantasmas, de prisoes construidas por mim. Cheguei aqui com medo, medo de nao mudar, de permanecer a eterna garota de apartamento, filha de maria e ze alguem. Menina prodigio. Elogios que sempre vieram de fora, como incentivo, e que se tornaram uma cobranca de dentro, inseguranca. Vim fugindo de tanta coisa, vim fugindo de mim, das minhas perguntas, das incertezas, da necessidade de resposta. Queria encontrar o pote de ouro no fim do arco-iris, a terra prometida, os amores, o fim dos problemas. A cura talvez... Porem como nunca fui boa de olhar para mim mesma, nunca soube os resultados, e a duvida do sera que alcancei algo nesse ano me perseguia loucamente, pois nao queria chegar la de maos abanando...
Ate que, enquanto eu contava minhas peripecias realizadas e ja me deliciava com aquelas que iria realizar, me perguntaram: "Voce ja teve medo alguma vez?" Nao soube responder. Medo? Medo de que? Sei la, medo. Medo de qualquer coisa, medo de alguma coisa. Pensei, refleti tentando buscar uma situacao temeraria. Nao, respondi com firmeza. Nao ha o que ter medo. Me ouvi, nao acreditei. Eu sou assim, e me estranhei.
"Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata"

domingo, 12 de julho de 2009

Uau! Faz tempo que não digito uma virgula nesse espaço cibernetico...

Tenho viajado muito, visto o mundo, ou melhor essa pequena porção dele que se chama Europa...
Tenho vivido muito, muitas experiencias inimaginaveis para mim, estado tão livre, leve e solta quanto o viajar solitario nos permite, e descobri o prazer desse solitario, tão maravilhoso, e nada de triste, na verdade uma solidão completamente acompanhada. Nunca me soube tão falante e extrovertida, tão cara de pau e corajosa... O que aconteceu com o medo, a covardia, o decoro? Ficaram bem trancados não sei onde, e espero que perca para sempre a chave...

Dei um fora por acaso. Fui sacaneada por uma velhinha. Durante o meu almoço alguem veio me contar todos seus problemas amorosos. Velhinhos riram de mim em uma lingua que não conheço. Dormi na casa de estranhos. Reencontrei brasileiros na rua. Vi minha banda favorita. Assisti inumeros espetaculos, bons e ruis. Deixei meu lar...

Quem diria que viajar so era tão bom assim? Ninguem para discutir para onde ir, suas regras, seus horarios... Nada de ceder ou achar um denominador comum. E a alma fica aberta para o que der e vier, os imprevistos são bem vindos e o acaso domina. O roteiro existe mas apenas para que saiamos da rota, para que entremos naquela ruela a esquerda de onde vem uma musica diferente, e evitemos de seguir para o ponto turistico principal, onde vamos nos deparar com o stress das cameras que não param, dos turistas que não calam...

é... "for a lonely soul you're having such a nice time..."