sexta-feira, 30 de abril de 2010

Aventuras...

Mudei o título do blog! Já deu do nome em Francês né?

Afinal, 9 meses que eu (re)pisei os pés na terra brasilis, uma gestação... E agora me bate - de novo, e temo soar repetitiva - uma saudade... Saudade feliz, e não melancólica, mas saudade ainda assim... Da vida simples e despreocupada, dos metrôs e dos ônibus noturnos... Das caminhadas à margem do sena, dos vinhos sem fim, da necessidade de comprar roupas quentes, da vontade de perder o kilos a mais...

Hoje sinto como se tudo aquilo não tivesse passado de um sonho, nem parece que foi quase ontem... E agora me ataca o germe da aventura, sinto falta das mil uma possibilidades de viagens, dos mochilões e dos vôos baratos. Dos trens-balas, e dos ônibus desconfortáveis. Queria poder girar o globo e viajar para um destino qualquer, mas partir... Me sentir forasteira de novo, me sentir corajosa, saber como é não ter mais medo....

Mas, talvez, eu queira apenas fugir: fugir do crocodilo tic tac que me persegue, do futuro que bate à porta - ou da falta dele, do temor do desconhecido que repousa do outro lado. A folha em branco com suas possibilidades infinitas que outrora me maravilhou, transformou-se em buraco negro, implacável e assustador como apenas o desconhecido pode ser... Me sinto como na história sem fim, onde o nada acaba com toda a fantasia, e o pântano da tristeza afoga todos que por lá passam...

Porém, quem sabe talvez, abrir essa porta, e descobrir o que está do outro seja minha próxima grande aventura?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Despedidas

Faz muito tempo que não escrevo aqui.... Talvez não tenha nada a dizer, talvez tenha coisas de mais a falar que não sei nem por onde começar... Uma quantidade enorme de rascunhos se acumula na minha pilha de postagens, mas nada me parece digno de ir a público...

Mas ainda assim tentarei.

Ultimamente um tema tem sido recorrente em meus pensamentos, é algo que vai um pouco além dos meus medos de graduanda, e da vida pós-universidade... Tenho refletido bastante sobre despedidas. Tá, tudo bem, talvez tenha a ver sim com meus medos da pós-formatura.Me pergunto qual é a hora de desapegar das coisas, das pessoas das idéias, dos sonhos? Como saberei se estou apenas desistindo sem lutar, ou se devo de fato seguir em frente?

Pessoas que outrora foram tão importantes em minha vida, parecem estar distanciando-se dela. E veja bem, eu nunca tive problemas em desapegar, sempre entendi que a vida segue seu fluxo, e as pessoas vão e vem, sem explicação. Mas agora tenho medo de deixar partir aqueles que acreditava serem eternos, mas, talvez, como disse o poeta "que seja eterno enquanto dure". Pode ser que esse sentimento novo, esse temor do deixar partir, do desapegar, seja apenas aquele medo do desconhecido. Pois sim, em breve entrarei em uma nova etapa da minha vida, etapa que desconheço, e que infelizmente não posso ser guiada por ninguém.

Não sei o que há de vir e me percebo, agora, tão só. Na minha ânsia por liberdade perdi confidentes, na minha necessidade de amizades profundas perdi amigos, perdi amores... E agora me vejo só. Com apenas um caderninho e uma caneta onde posso confiar a mim mesma meus pensamentos mais assustadores, e pior, devo confiar em mim mesma para aconselhar-me. E me percebo mirando um espelho em uma sala escura, não vejo nada a minha frente, mas sei que lá estarei eu mesma...

"Na escuridão de minha cegueira,
só vejo os olhos do burro,
estão imóveis e me olham, eu os olho também.
De repente em um dos olhos
vejo escrita a palavra serenidade
e no outro a palavra amor,
mas de repente o burro fecha os olhos
e eu so vejo a escuridão"