sexta-feira, 10 de junho de 2011

Qualquer cachorro vira-lata tem uma vida sexual melhor que a nossa?

Dia dos namorados chegando e olha eu aqui de novo retornando a esse terreno tão misterioso e cheio de armadilhas... o das relações amorosas...

Natural que esse seja o momento de lançamento de inúmeras comédias românticas, e ontem não foi exceção. Assisti a pré-estréia do divertido "Qualquer gato vira-lata", o qual, igual a uma infinidade de filmes do gênero, conta a história da mocinha que se apaixona pelo seu guru - o cara que ensina as regras da conquista - abandonando de uma vez por todas o seu príncipe desencantado...

No caminho de volta uma longa discussão sobre o assunto se sucedeu, e fiquei com essa grande questão em minha mente, quais seriam afinal, ou melhor, há regras para a paquera?
Fato que todo filme que se preze vai finalizar com a máxima de que não há regras, mas será? Eu, igual a mocinha de filme romântico, estava convicta que sim... Mas há sempre outro lado da questão e já ouvia meu interlocutor dizer, ah mas não se pode fazer tudo, né?

Portanto me presto apenas a analisar as regras... Vai que me animo a colocá-las em prática...

A primeira e mais difundida é: quanto menos se demonstra interessado, mais interessante se torna. Rejeição está mais sexy que lingerie Victoria's Secrets, e muito mais barata...
Não tenho dúvidas de que seja infalível (a rejeição... se bem que a Victoria's Secrets tem um bom potencial...), porém nas poucas vezes que consegui utiliza-la de fato a falta de interesse era real, e o crescimento do interesse alheio, surreal. Porém minha falta de confiança em minhas habilidades de atriz me levam a crer que quando há interesse o mascaramento do mesmo se torna tão grotesco que o acentue ainda mais.... Doloroso, mas fácil recusar os telefonemas, demorar para responder mensagens, mas como agir no tete-a-tete, como esconder o olhar, disfarçar o toque, o timbre de voz? Tudo bem que mulheres são vistas como as grandes atrizes, ou aquelas a quem historicamente coube o papel de fingir, mas ninguém é tão bom assim não é? De repente a Meryl Streep, vai saber...

Outro ponto me perturba profundamente, suponhamos que eu seja a Meryl Streep, e consiga utilizar essa tática sem transparecer que não passa de uma tática e fisgue o príncipe, ou sapo ou enfim, o que for de sua preferencia... Será que quando ele perceber que você também está na dele o interesse não vai sumir? Afinal se você só é interessante enquanto rejeita, no momento em que aceita a história já é outra... Pois é, todo medicamento tem efeito colateral, quem disse que no jogo da conquista seria diferente?

Enfim, me questiono até que ponto anular o que nos torna nós. Não seria autenticidade o atributo mais interessante de todos? Pois afinal quando rejeitamos alguém por quem não sentimos interesses o fazemos de forma tão autentica e despreocupada, que só podemos nos tornar desejáveis... Quem garante que foi a rejeição e não o despojamento com a qual foi dada o ingrediente chave?

Bom, para finalizar, volto ao início: regras não há. Apenas as criamos para segurança, ou melhor pela insegurança...

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