quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

aiai... saudade?

Choraminguei tanto aqui sobre a saudade daquela terra de além mar, e esqueci de lembrar quão apaixonante é o local onde me encontro, ou seria o momento?

Cheguei aqui nostálgica e pensativa, fiz-me crer que voltaria em breve e em seguida afundei em depressão, em banzo de terra alheia, percebendo que o que passara passou... Que Paris não mais teria, que soirées italianas, regadas a vinhos franceses e conversas norueguesas eram apenas uma triste lembrança de alegres dias que ficaram para trás...

Chorei as amizades abandonadas, as festas sem fim, a vida que bouge na velocidade de um trem-bala, os garçons ranzinzas, os frios congelantes, a neve e o outono, as flores e o verão, a percepção do que sou e do que posso ser...

Chateei-me com a realidade inalterada que encontrei, com o calor úmido que reduzia o ritmo, com o preço das passagens de avião, com a ausência do vinho, dos amigos bilíngües, das torres famosas, com a falta de perspectiva no horizonte.

E, então (re?)descobri, a brisa que vem do mar e o sol que nele se põe, o calor que não tem fim, as noitadas regadas a cerveja, o som dos atabaques, a beleza da beleza negra, a vida que corre na velocidade de um barco - e que nos permite apreciar cada instante da paisagem - os elevadores famosos, a folia momesca, os amigos de infância, as amizades eternas...

Percebi que retornar não foi retroceder, mas sim andar para frente... Pois, cresci um pouco mais, descobri um pouco mais de mim na terra que me moldou, com as gentes que me criaram... a tristeza que um dia se apoderou de mim havia dado lugar - como o maracatu quando fulora na seca - a uma bela flor da felicidade sem fim da baianidade nagô. Ainda que os queijos e vinhos da terra da marseillaise tenham me apaixonado, o dendê que circula em minhas veias será sempre eterno...

Talvez o carnaval tenha me transtornado mais do que eu pensava... Talvez tudo isso não passe de saudade e nostalgia daquela semana de suspensão voluntária da realidade... Talvez...

Um comentário:

  1. impossivel nao comentar, eu como empresa patrocinadora de adolescente e jovem adulto, tenho que dizer: a vida nem sempre he bela como pensamos ser...
    mas seu texto eh belo e revelador das inauietudes aue outrora passei e tantos outroe passarao...
    desculpe a falta de acentos no texto...mas eh aue o pc nao me oferece oportunidade para acentuar...rsrsrsrs

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