quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A dança da cadeira

Outrora (tenho repetido essa palavra muito por aqui) me prometi nunca mais me importar com isso, tornar-me-ia auto-suficiente (afinal eu deveria me bastar). Maldisse amores, bemdisse a solidão. Pendurei as chuteiras e me prometi parar de buscar, afinal quem não procura acha.

Mas eis que me pergunto: e quando a música parar será que serei eu a ficar em pé?

Me disseram que em pé só fico se quiser, afinal sempre tem um banquinho num canto escuro que busca alguém que sente nele. Mas logo penso que minhas costas não suportariam muito tempo um banquinho, e que preferível seria uma cadeira ou até uma poltrona. Não seja exigente! Me dizem, vc compra uma almofada e encosta na parede! Querendo poltrona não vai sentar é nunca!

Sempre quis tudo, e nunca me contentei com alguma coisa apenas. Me disseram que era medo da realidade, até a disney já culparam... E agora fico aí ouvindo a música tocar temendo dança-la a fundo e terminar sem poltrona, sem cadeira, sentada em um banquinho num canto escuro. Já disse preferir ficar em pé, mas convenhamos quem aguenta tanto tempo em pé não é? Sem música, sem dança, sem cadeira sem nada?

Eis que a música para, as poltronas foram tomadas, as cadeiras também... Sobrou para mim o banquinho, me entregam, dizem: senta querida, afinal ficar em pé não dá... Olho para ele, olho para os demais, acomodados alguns em poltronas, outros em meros tamboretes... Sento, não sento? Me oferecem uma almofada... Olho para todos os lados, não vejo nada... Olho para mim... E eis que encontro o Iphone em meu bolso, toda a playlist está lá, coloco os phones de ouvido, aperto o play...

O medo se foi, afinal a música só para quando eu quiser...

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